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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Morro Botucaraí; a verdadeira história do Cerro Botucaraí

                    
 Morro Botucaraí; a verdadeira história do Cerro Botucaraí



É considerado o morro isolado mais altos do Estado, com uma altitude de 569,63m em relação ao nível do mar.É a montanha testemunha do rebordo do Planalto Meridional Sul-Brasil,(60 milhões de anos atrás).Esta região estava abaixo do mar ... E a vegetação atual, surgiu no Holoceno a 8.000 A.P., quando a o clima ficou mais quente e úmido, dando condições para o desenvolvimento da Floresta Subtropical no sul do Brasil.


Diante de tantas lendas criadas sobre o Botucaraí, muitas vezes fico sem jeito de explicar para os turistas da região, sobre o que tem de verdade nestas lendas, como o próprio nome diz são lendas, apenas lendas. Serviu muito para diminuir acampamentos no topo que depredavam, quer dizer; ainda depredam, espécies da flora nativa que são essenciais para a proteção do topo.


Está história do monge Agostini e a mais aceitável: 


“O monge Giovanni "João" Maria D'Agostini, era imigrante italiano e residiu em Sorocaba (São Paulo), mudando-se em seguida para o Rio Grande do Sul, onde viveu entre os anos de 1844 e 1848 nas cidades de Candelária, no morro do Botucaraí, e Santa Maria, no Campestre. Introduziu nessa região o culto a Santo Antão, que é considerado o “pai de todos os monges”, cuja festa continua até os dias atuais, comemorada em 17 de janeiro. A região do Campestre passou a ser chamada, desde então, de Campestre de Santo Antão.
Sua prisão foi decretada em 1848, pelo General Francisco José d’Andréa (Barão de Caçapava), mediante o temor de levantes e concentrações populares que começavam a ser comuns naquela região, ficando o monge proibido de voltar ao Rio Grande do Sul. Refugiou-se na Ilha do Arvoredo (SC), depois em Lapa (PR), na serra do Monge, e em Lages (SC), desaparecendo misteriosamente em seguida.
Os historiadores defendem que o monge João Maria morreu em Sorocaba, em 1870. No entanto, informações presentes em dois livros publicados recentemente apresentam o roteiro de João Maria de Agostini após deixar o Brasil em 1852: depois de viajar pela Argentina, Chile, Bolívia, Peru, México e Canadá (amalgamando vida eremítica com missão religiosa), ele percorreu o meio-oeste americano até se instalar no estado do Novo México, aonde foi assassinado em abril de 1869. Seu corpo está enterrado na cidade de Mesilla, fronteira com o México.”
 Fonte:( KARSBURG, Alexandre. O Eremita das Américas: a odisseia de um peregrino italiano no século XIX. 1 edição. ed. Santa Maria: Editora da UFSM, 2014. ISBN 978.85.7391.201-2. Thomas, David G.. Giovanni Maria de Agostini, Wonder of the Century: The Astonishing World Traveler Who Was A Hermit. [S.l.]: Doc45 Publishing, 2014.)





Esta outra história é a mais absurda, o topo não tem caverna e ninguém morreu no Botucaraí, veja a estória:


"Há na cidade  de Candelária, um morro muito alto chamado morro Botucaraí. Conta a lenda que por volta do ano de 1850, um grupo de adolescentes resolveu escalar o morro e acampar no seu topo. Saíram bem cedo e o dia estava muito bonito.

Começaram a escalar o morro, mas quando estavam mais ou menos na metade da escalada um deles disse ouvir passos, pensaram eles que fosse mais alguém escalando o morro e prosseguiram. De repente o tempo foi fechando e sem nenhuma explicação começou a chover muito forte. Como o grupo não podia voltar subiu até o topo pra esperar a tempestade parar.

Quando chegaram no topo, algo mais terrível aconteceu. Na caverna que ficava no topo os garotos procuraram abrigo e ficaram até a noite lá esperando incansavelmente a tempestade passar.

Quando amanheceu só um dos garotos estava na caverna. Os outros haviam sumido misteriosamente. Conta a lenda que esse garoto q ficou sozinho, ficou no topo do morro procurando seus amigos e nunca os encontrou. Toda cidade fez buscas pelo morro e nunca encontrou os outros garotos. Esse garoto sobrevivente ficou tão transtornado q nunca mais desceu do morro e se tornou o lendário monge do morro Botucaraí. Ele jura que as noites seus amigos desaparecidos visitam ele no topo do monte.É considerado um dos morros isolado mais altos do Estado, com uma altitude de 569,63m em relação ao nível do mar. Sua história é muito bela e repleta de componentes místicos e de lendas. Desde épocas imemoráveis, era adorado pelos indígenas que em torno dele viviam.Os tupi-guaranis chamavam-no ybyty-caray, que, na sua linguagem, queria dizer Monte Santo. No fim da primeira metade do século anterior ao passado, viveu no local um eremita de nacionalidade italiana e de nome João Maria de Agostini. O monge ganhou fama de curar os enfermos, usando a força de sua fé, as virtudes milagrosas da flora existente no Botucaraí e da água que brota cristalina e pura na base do cerro. Marcas profundas foram deixadas na alma da gente simples que habitava a região, tanto que, até hoje, em cada Sexta-feira Santa, multidões buscam o morro para pagar suas promessas, subindo ao seu cume e bebendo água da fonte "santa".
                  Fonte: http://ummilhaodemetros.blogspot.com.br/      www.sobrenatural.org


Tenho certeza que sensatamente documentos da época, e trabalho de pesquisa, mostram melhor a história do que lendas:

Parte de documentos...



"Do documento do Campestre, João Maria cita a nomeação de doze zeladores – número que alude aos doze apóstolos de Cristo - e dispõe sobre as regras para eleição e conduta do procurador, emprego das esmolas e procedimentos a serem observados durante a procissão de 17 de janeiro. Destaca-se a interdição do consumo de “bebida de licores”44 nos eventos na capela e festejos. No fecho do texto, consta o nome “João Maria d’Agostinho Solitario
Eremita do serro do Campestre de Santa Maria da Boca do Monte e do serro do Botucarahy, de 1849”45, seguido da assinatura “joannes mã de agostini, Solit. erem. de botucaray”46.

Após confrontar as assinaturas do monge, conforme constam das instruções do culto à
S. Antão no Campestre e do registro de estrangeiros de Sorocaba, Cabral concluiu se tratar do mesmo personagem.”


“A quantidade de pessoas e, sobretudo, a tendência de algumas permanecerem no local, foi questão crucial para mobilizar o governo da província. Poucos anos haviam se passado do término das agitações da Revolução Farroupilha (1835-1845) e as autoridades, visando preservar a ordem, não viram com bons olhos o ajuntamento de pessoas, na maioria devotos reunidos não por ação da Igreja, mas por obra de um estrangeiro com fama de homem santo. Precavido, o General Soares de Andréa não aguardou a conclusão do relatório sobre as águas santas e tomou providências para expulsar João Maria da província. A decisão, possivelmente exarada antes do retorno do monge ao Cerro do Botucaraí, foi vista por alguns observadores
como um ato proveniente do temor de que o ajuntamento de devotos no Campestre se convertesse num “foco de fanáticos perigosos.” Fonte- http://repositorio.unb.br/
                              Aqueduto e Morro Botucaraí


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