Morro Botucaraí; a verdadeira
história do Cerro Botucaraí
É considerado o morro isolado mais altos do Estado, com uma
altitude de 569,63m em relação ao nível do mar.É a montanha testemunha do
rebordo do Planalto Meridional Sul-Brasil,(60 milhões de anos atrás).Esta
região estava abaixo do mar ... E a vegetação atual, surgiu no Holoceno a 8.000
A.P., quando a o clima ficou mais quente e úmido, dando condições para o
desenvolvimento da Floresta Subtropical no sul do Brasil.
Diante de tantas lendas criadas sobre o Botucaraí, muitas vezes
fico sem jeito de explicar para os turistas da região, sobre o que tem de
verdade nestas lendas, como o próprio nome diz são lendas, apenas lendas.
Serviu muito para diminuir acampamentos no topo que depredavam, quer dizer;
ainda depredam, espécies da flora nativa que são essenciais para a proteção do
topo.
Está história do monge Agostini e a mais aceitável:
“O monge Giovanni "João" Maria D'Agostini, era
imigrante italiano e residiu em Sorocaba (São Paulo), mudando-se em seguida
para o Rio Grande do Sul, onde viveu entre os anos de 1844 e 1848 nas cidades
de Candelária, no morro do Botucaraí, e Santa Maria, no Campestre. Introduziu
nessa região o culto a Santo Antão, que é considerado o “pai de todos os
monges”, cuja festa continua até os dias atuais, comemorada em 17 de janeiro. A
região do Campestre passou a ser chamada, desde então, de Campestre de Santo
Antão.
Sua prisão foi decretada em 1848, pelo General Francisco
José d’Andréa (Barão de Caçapava), mediante o temor de levantes e concentrações
populares que começavam a ser comuns naquela região, ficando o monge proibido
de voltar ao Rio Grande do Sul. Refugiou-se na Ilha do Arvoredo (SC), depois em
Lapa (PR), na serra do Monge, e em Lages (SC), desaparecendo misteriosamente em
seguida.
Os historiadores defendem que o monge João Maria morreu em
Sorocaba, em 1870. No entanto, informações presentes em dois livros publicados
recentemente apresentam o roteiro de João Maria de Agostini após deixar o
Brasil em 1852: depois de viajar pela Argentina, Chile, Bolívia, Peru, México e
Canadá (amalgamando vida eremítica com missão religiosa), ele percorreu o
meio-oeste americano até se instalar no estado do Novo México, aonde foi
assassinado em abril de 1869. Seu corpo está enterrado na cidade de Mesilla,
fronteira com o México.”
Fonte:( KARSBURG,
Alexandre. O Eremita das Américas: a odisseia de um peregrino italiano no
século XIX. 1 edição. ed. Santa Maria: Editora da UFSM, 2014. ISBN
978.85.7391.201-2. Thomas, David G.. Giovanni Maria de Agostini, Wonder of the
Century: The Astonishing World Traveler Who Was A Hermit. [S.l.]: Doc45
Publishing, 2014.)
Esta outra história é a mais absurda, o topo não tem caverna e ninguém
morreu no Botucaraí, veja a estória:
"Há na cidade de
Candelária, um morro muito alto chamado morro Botucaraí. Conta a lenda que por
volta do ano de 1850, um grupo de adolescentes resolveu escalar o morro e
acampar no seu topo. Saíram bem cedo e o dia estava muito bonito.
Começaram a escalar o morro, mas quando estavam mais ou
menos na metade da escalada um deles disse ouvir passos, pensaram eles que
fosse mais alguém escalando o morro e prosseguiram. De repente o tempo foi
fechando e sem nenhuma explicação começou a chover muito forte. Como o grupo
não podia voltar subiu até o topo pra esperar a tempestade parar.
Quando chegaram no topo, algo mais terrível aconteceu. Na
caverna que ficava no topo os garotos procuraram abrigo e ficaram até a noite
lá esperando incansavelmente a tempestade passar.
Quando amanheceu só um dos garotos estava na caverna. Os
outros haviam sumido misteriosamente. Conta a lenda que esse garoto q ficou
sozinho, ficou no topo do morro procurando seus amigos e nunca os encontrou.
Toda cidade fez buscas pelo morro e nunca encontrou os outros garotos. Esse
garoto sobrevivente ficou tão transtornado q nunca mais desceu do morro e se
tornou o lendário monge do morro Botucaraí. Ele jura que as noites seus amigos
desaparecidos visitam ele no topo do monte.É considerado um dos morros isolado
mais altos do Estado, com uma altitude de 569,63m em relação ao nível do mar.
Sua história é muito bela e repleta de componentes místicos e de lendas. Desde
épocas imemoráveis, era adorado pelos indígenas que em torno dele viviam.Os
tupi-guaranis chamavam-no ybyty-caray, que, na sua linguagem, queria dizer
Monte Santo. No fim da primeira metade do século anterior ao passado, viveu no
local um eremita de nacionalidade italiana e de nome João Maria de Agostini. O monge ganhou fama de curar os enfermos,
usando a força de sua fé, as virtudes milagrosas da flora existente no
Botucaraí e da água que brota cristalina e pura na base do cerro. Marcas
profundas foram deixadas na alma da gente simples que habitava a região, tanto
que, até hoje, em cada Sexta-feira Santa, multidões buscam o morro para pagar
suas promessas, subindo ao seu cume e bebendo água da fonte "santa".
Fonte: http://ummilhaodemetros.blogspot.com.br/ www.sobrenatural.org
Tenho certeza que sensatamente documentos da época, e
trabalho de pesquisa, mostram melhor a história do que lendas:
"Do documento do Campestre, João Maria cita a nomeação de
doze zeladores – número que alude aos doze apóstolos de Cristo - e dispõe sobre
as regras para eleição e conduta do procurador, emprego das esmolas e
procedimentos a serem observados durante a procissão de 17 de janeiro.
Destaca-se a interdição do consumo de “bebida de licores”44 nos eventos na capela
e festejos. No fecho do texto, consta o nome “João Maria d’Agostinho Solitario
Eremita do serro do Campestre de Santa Maria da Boca do Monte
e do serro do Botucarahy, de 1849”45, seguido da assinatura “joannes mã de
agostini, Solit. erem. de botucaray”46.
Após confrontar as assinaturas do monge, conforme constam
das instruções do culto à
S. Antão no Campestre e do registro de estrangeiros de
Sorocaba, Cabral concluiu se tratar do mesmo personagem.”
“A quantidade de pessoas e, sobretudo, a tendência de algumas
permanecerem no local, foi questão crucial para mobilizar o governo da
província. Poucos anos haviam se passado do término das agitações da Revolução
Farroupilha (1835-1845) e as autoridades, visando preservar a ordem, não viram
com bons olhos o ajuntamento de pessoas, na maioria devotos reunidos não por
ação da Igreja, mas por obra de um estrangeiro com fama de homem santo. Precavido,
o General Soares de Andréa não aguardou a conclusão do relatório sobre as águas
santas e tomou providências para expulsar João Maria da província. A decisão, possivelmente
exarada antes do retorno do monge ao Cerro do Botucaraí, foi vista por alguns observadores
como um ato proveniente do temor de que o ajuntamento de
devotos no Campestre se convertesse num “foco de fanáticos perigosos.”
Fonte- http://repositorio.unb.br/
Aqueduto e Morro Botucaraí
Marcelo-Gaaia 2015...