O despertar de um observador!
Todos nos nascemos interessados no mundo que nos cerca. Observe
uma ave ou qualquer outro animalzinho novo rastejando pelo chão. Esta
investigando e aprendendo coisas com os seus cinco sentidos, visão, audição,
paladar, tato e olfato. Desde o momento que nascemos somos exploradores, num
mundo complexo e cheio de fascínio. Para algumas pessoas, o interesse pode
desaparecer com o tempo ou as pressões da vida, mas outras têm a felicidade de
mantê-lo vivo para sempre.
Não me lembro de uma época em que não tivesse intrigado e
com interesse por tudo no mundo e em particular pelos animais que habitavam nas
imediações de minha casa; lembro de fatos de minha infância onde colecionava
tatuzinhos de jardim e joaninhas em caixas de fósforos, borboletas que me
fascinavam nas flores de minha mãe.
A primeira coisa
importante de um observador da vida selvagens ou observador da vida silvestre,
você tem que conhecer algumas espécies ao pôr-se em campo. Lembrar-se que você
é privilegiado de viver neste mundo e deve tratá-lo deferência e cortesia.
Quando visitamos um amigo não ficamos colhendo suas flores ou pisoteando seus
canteiros, e nem jogamos latas e garrafas em seu açude. Pois o mundo é um
jardim todo especial, mas parece que muitas vezes esquecemos facilmente o que
represente o ecossistema mundial para nossa raça humana.
Um dos tipos de turismo que mais cresce nos últimos anos é o
turismo de observação de animais, com praticamente sem despesas para quem
pratica, com apenas alguns equipamentos de observação como binóculo, gravador,
maquina digital; e caderno de anotações para quem gosta do hobby, com isso
começa a formar um batalhão conservacionista no País
Contudo, o bom e que já nascemos com o equipamento básico;
olhos, ouvidos e os sentidos do olfato, do paladar e do tato. Esse equipamento
pode ser completado com, instrumentos fabricados pelo homem, mas um observador
deve ser capaz de exercer a sua vocação, com gosto e proveito, nu em uma ilha
deserta não esqueça que além do mundo exterior existe um mundo interior nosso
que deve estar bem. A adaptação não deve ser só com os equipamentos, mas com
nossos sentimentos. Daí você está pronto para começar!
Naturalmente, serão necessários outros equipamentos mais
sofisticados se você quiser observar aves nos seus ninhos ou observar mamíferos
sem ser visto: câmeras para armadilhas fotográficas e binóculos digitais que
fotografam entre outros.
Dia de observação:
Candelária, dia 30 de Janeiro de 2013
Máquina fotográfica pronta, iniciando a subida do Botucaraí
a cantiga de inúmeras aves revitaliza para o inicio da caminhada; também escuto
o canto do sabias e as saíras, o sebinho me acompanha curioso, os periquitos
saem estridentes de um pé de figueira do mato, onde ao lado e imponente,
alimentando a fauna do Morro Botucaraí, o Guabijú não consegue esconder seus
frutos caídos pelo chão, onde os sinais da fauna local é visível.
De repente escuto um som discreto, mas audível dentro do
silêncio aparente da mata, onde já sabia se tratar dos macacos prego; descalço,
consigo aproximar-se bem dos primatas e surpreendo-me que dentro do bando
exista uma variação de cores muito grande, poderia se tratar de animais jovens,
mas, percebo a variação em animais já adultos, podendo se tratar de duas
subespécies macaco-prego (Cebus apella ou Cebus nigritus)
Também observo a
grande quantidade de frutas como o guabijú, a canela burra, o camboatá, o
coquinho jerivá, juntamente com os insetos, faz a sobrevivência destes
mamíferos um pouco suportável.
Deixo os macacos e sigo a prazerosa subida mensal ao topo do
Morro Botucaraí, logo no primeiro mirante, pouco antes do topo a direita para
quem conhece, a pedra que dá vista à
cachoeira do sul; me deparo com a ave alma de gato, para nós é o chupa-ovo;
juntamente com a vocalização típica do tucano logo no topo, já tinha escutado e
gravado junto na filmagem dos macacos prego,( disponível no canal do Gaaia no youtube)mas é bom ressaltar a volta dos tucanos ao Botucaraí, sigo e registro
dois lagartos tiú no topo do Botucaraí, junto vestígio de tatus e graxaim; também uma pomba que tive o privilegio de ver pela
primeira vez a pomba pariri, que perfeitamente se camuflava nas folhas secas do
topo.
Enfim, entre ver visualmente e auditivamente, registro algumas
aves no dia 30 de janeiro no Botucaraí
como:Tangará,sabia laranjeira, juriti-pupu, urubu-de-cabeça-vermelha, sabiá-poca,
sabiá-ferreiro, Pariri, falcão-de-coleira, Surucuá-de-barriga-vermelha, tucano-de-bico-verde,
pica-pau-branco, sebinho-de-olho-de-ouro,
alma de gato...
Alem dos animais como: Caranguejeira e o lagarto tiú.